Em
Busca de Paz
Sentada à sombra do
Ipê,
Ornamentado de
amarelo e esplendor,
Observo extasiada por
longas horas,
A integração
harmoniosa,
Da natureza e dos
seres que a compõem.
A brisa calma
envolve-me serenamente,
Sábia e lúcida compreende,
A dor que corrói a
minha alma,
Que injustamente
julgada quedou-se,
Numa languidez a
prantear.
Permito-me
caladamente absorver,
A sapiência que a
natureza projeta,
E mescla-se ao meu
sofrer...
Reflito vezes sem
fim,
Procuro analisar,
entender, compreender,
Porque a complexidade
humana,
E seus múltiplos
olhares,
Deturpa a paz, a
transparência, a harmonia,
Promovendo a
desconstrução dos entendimentos,
E, a imperiosidade se
sobrepõe,
À simplicidade das
trocas dialógicas,
Que acenam para a
compreensão mútua e aprazível.
O Sol ilumina-me...
O vento sentindo-me a
tristeza,
Solidariza-se ao meu
Ser...
E com a compreensão
de um Mestre,
Sopra ao longe a
indignação,
Que teima instaurar-se
em minha alma sofrida.
Reflito ....
E, no silêncio busco,
Incansavelmente
entender,
Os humanos e suas
compreensões.
Vislumbro ao longe a
amizade e a harmonia
Dos seres da
floresta,
Não me canso de
admirar-lhes a sabedoria,
Em compartilhar o
espaço que é de todos,
E ao mesmo tempo a
disciplina,
Que se descortina
entre os pares.
Uma grande lição
ilumina o meu olhar.
Répteis, anfíbios,
vertebrados,
Pássaros de
incontáveis espécies,
Borboletas
multicores,
Pressentindo a
carência instalada em minha alma,
Dirigem-se em romaria
ao meu Ser,
Mesclando-se à brisa
serena.
Oh meu Deus!
Que perfeição aqui no
sertão...
Do Ipê frondoso e
florido,
À brisa e à família
sertaneja à saudar-me.
Permito-me esvaziar
minha mente,
E, no envolvente
mundo instaurar-me,
Sem pressa de
voltar...
Meu Ser, a brisa, a
fauna e a flora...
Um paraíso a
contemplar-me.
As horas passam e nem
percebo.
É Divino o cenário
que me abraça,
Sem cobranças, sem
julgamentos,
Confiante e sereno,
Empresta-me asas à
imaginação.
Deito meu corpo sobre
a relva,
Observo
infinitamente,
O céu que se
transforma, a cada minuto,
Com a magnitude que
lhe é peculiar.
De um ângulo o Sol
majestoso,
Despede-se,
deixando-me encantada,
Observando seus
últimos lampejos no horizonte.
No extremo oposto,
Descortina-se com
esplendor e maestria,
A Lua, iluminando
fagueira, o contexto.
Embriago-me com
tamanha arquitetura e perfeição.
Apenas serenidade,
brisa envolvente,
Abraçando a todos os
elementos, em seu habitat.
Enquanto a noite
emite,
Seus primeiros
sinais,
Conclamo com toda
minha força e Fé.
Desejo intensamente,
Compreender os
pensantes humanos,
Tocar-lhes a alma,
E, de forma
harmoniosa, estender-lhes as mãos.
E na sintonia do
universo,
Entender-lhes as
emoções,
Quais sejam...
E assim, no encontro
das mãos, sentir-lhes também as carências,
E num grande encontro
de almas e essências,
Trocarmos olhares que
se entendem,
E comungam o mesmo
querer...
A paz, a harmonia, a
confiança,
A alegria do
conviver, do compartilhar...
O Amor Fraternal!
Lorena Zago _
Presidente Getúlio - SC
Imagens do arquivo pessoal e do Google.
Maio 21