A vida
é feita de surpresas, que muitas vezes nos põem a pensar...
Momentos,
sabemos vencê-las, noutros, ficamos perplexos diante das situações, num
redemoinho de percalços, indagando-nos, para onde devo seguir?
Que
norte a bússola da própria intuição, nos inspira a aportar?
Instaura-se
em nosso interior um espaço, que é longe em distancia física, mas perto para
amenizar nossa aflição.
Tudo
converge para a busca espiritual, que o comunga com o contexto elencado.
Transmutando-nos
para lá percebemos:
A tarde sob um sol radiante, convida a olhar a vida
com outras lentes.
Elevo os olhos e mais que de repente, vislumbro a
paisagem que se projeta adiante.
E num estalar de dedos, o que mais me surpreende, é
a natureza sorrindo majestosa e elegantemente, apresentando-se faceira a cada
movimento.
No vale imenso que descortina a prosa, do arvoredo
a abrigar os pássaros, que em busca de sementes e aconchego, pousam, vibrando
acordes de sinfonias airosas, respaldando ao longe a alegria garbosa.
E nesta atmosfera que tudo transforma num lindo
contingente, espraia-se a emoção pulsante, dos humanos ao mesclar-se à hora.
De longe por entre a floresta densa, de forma nobre
e de prata iluminada, insinua-se a Lua e o anoitecer acontece.
Não há como ficar ausente, de um cenário que
conclama a admirar embevecido, tal natureza instaurada nesta hora.
O pensamento silenciosamente, ao Arquiteto Maior
emana a glória, da beleza física, espiritual e da geometria presente.
Além, do verde intenso escurecendo lento, de
segundo a segundo o cenário modificando, da sua magnificência contagiante, embriagando a cada ser que o
contemple, ouve-se ao longe a dança dos Bugios, mesclada a tantas sonoridades,
difusas e dissonantes, permeando o contexto a tonalidades, hora imaginárias,
hora reais, lindas, poéticas, sem iguais.
E, extasiada no envolvente mundo, observo pasma e com
olhar profundo:
Da grama às bananeiras,
Do limão às laranjeiras,
Das lagoas às cachoeiras,
Dos morros, encostas e vales,
Do vento à brisa mansa,
Dos Tatus, Tamanduás e Lebres,
De tantos insetos unidos, vivendo harmoniosamente,
Relembro de um povo carente de natureza e pé no
chão.
De flores de todas as cores, brotando irreverentes,
decorando o olhar descrente, de tanta beleza num só sertão.
Batizado hoje de Paredão!
Lorena Zago - Presidente Getúlio - SC
Dia Nacional da Poesia - comemora-se em 31 de outubro, em homenagem
ao grande escritor e poeta Carlos Drumond de Andrade.
Imagens do arquivo pessoal
Novembro 2020