quinta-feira, 21 de abril de 2016

Em Busca de Paz...







Em Busca de Paz...

                         (Margarida Lorena Zago)

 Sentada à sombra do Ipê,
Ornamentado de amarelo e esplendor,
Observo extasiada por longas horas,
A integração harmoniosa,
Da natureza e dos seres que a compõem.
A brisa calma envolve-me serenamente,
Sábia e lúcida, compreende,
A dor que corrói a minha alma,
Que injustamente julgada quedou-se,
Numa languidez a prantear.
Permito-me caladamente absorver,
A sapiência que a natureza projeta,
E mescla-se ao meu sofrer...
Reflito vezes sem fim,
Procuro  analisar, entender, compreender,
Porque a complexidade humana,
E seus múltiplos olhares,
Deturpa a paz, a transparência, a harmonia,
Promovendo a desconstrução dos entendimentos,
E a imperiosidade se sobrepõem,
À simplicidade das trocas dialógicas,
Que acenam para a compreensão mútua e aprazível.

O Sol ilumina-me...
O vento  sentindo-me a tristeza,
Solidariza-se ao meu Ser...
E com a compreensão de um Mestre,
Sopra ao longe a indignação,
Que teima instaurar-se em minha alma sofrida.
Reflito ....
E, no silêncio busco,
Incansavelmente entender,
Os humanos e suas compreensões.
Vislumbro ao longe a amizade e a harmonia
Dos seres da floresta,
Não me canso de admirar-lhes a sabedoria,
Em compartilhar o espaço que é de todos,
E ao mesmo tempo a disciplina,
Que se descortina entre os pares.
Uma grande lição ilumina o meu olhar.
Anfíbios, repteis e vertebrados,
Pássaros de incontáveis espécies,
Borboletas multicores,
Pressentindo a carência instalada em minha alma,
Dirigem-se em romaria ao meu Ser,
Mesclando-se à brisa serena.

Oh meu Deus!
Que perfeição aqui no sertão...
Do Ipê frondoso e florido,
À brisa e à família sertaneja à saudar-me.
Permito-me esvaziar minha mente,
E, no envolvente mundo instaurar-me,
Sem pressa de voltar....
Meu Ser, a brisa, a fauna e a flora...
Um paraíso à contemplar-me.
As horas passam e nem percebo.
É Divino o cenário que me abraça,
Sem cobranças, sem julgamentos,
Confiante e sereno,
Empresta-me asas à imaginação.
Deito meu corpo sobre a relva,
Observo infinitamente,
O céu que se transforma, a cada minuto,
Com a magnitude que lhe é peculiar.
De um ângulo o Sol majestoso,
Despede-se, deixando-me encantada,
Observando seus últimos lampejos no horizonte.
No extremo oposto,
Descortina-se com esplendor e maestria,
A lua, iluminando fagueira, o contexto.
Embriago-me com tamanha arquitetura e perfeição.
Apenas serenidade, brisa envolvente,
Abraçando a todos os elementos, em seu habitat.

Enquanto a noite emite,
Seus primeiros sinais,
Conclamo com toda minha força e Fé...
Desejo intensamente,
Compreender os pensantes humanos,
Tocar-lhes a alma,
E de forma harmoniosa, estender-lhes as mãos.
E na sintonia do universo,
Entender-lhes as emoções,
Quais sejam...
E assim, no encontro das mãos, sentir-lhes também as carências,
E num grande encontro de almas e essências,
Trocarmos olhares que se entendem,
E comungam o mesmo querer...
A  paz, a harmonia, a confiança,
A alegria do conviver, do compartilhar...
O Amor Fraternal!!!






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