Em
Busca de Paz...
(Margarida Lorena Zago)
Sentada à sombra do Ipê,
Ornamentado
de amarelo e esplendor,
Observo
extasiada por longas horas,
A
integração harmoniosa,
Da
natureza e dos seres que a compõem.
A
brisa calma envolve-me serenamente,
Sábia
e lúcida, compreende,
A
dor que corrói a minha alma,
Que
injustamente julgada quedou-se,
Numa
languidez a prantear.
Permito-me
caladamente absorver,
A
sapiência que a natureza projeta,
E
mescla-se ao meu sofrer...
Reflito
vezes sem fim,
Procuro analisar, entender, compreender,
Porque
a complexidade humana,
E
seus múltiplos olhares,
Deturpa a paz, a transparência, a harmonia,
Promovendo a desconstrução dos entendimentos,
E
a imperiosidade se sobrepõem,
À
simplicidade das trocas dialógicas,
Que
acenam para a compreensão mútua e aprazível.
O
Sol ilumina-me...
O
vento sentindo-me a tristeza,
Solidariza-se
ao meu Ser...
E
com a compreensão de um Mestre,
Sopra
ao longe a indignação,
Que
teima instaurar-se em minha alma sofrida.
Reflito
....
E,
no silêncio busco,
Incansavelmente
entender,
Os
humanos e suas compreensões.
Vislumbro
ao longe a amizade e a harmonia
Dos
seres da floresta,
Não
me canso de admirar-lhes a sabedoria,
Em
compartilhar o espaço que é de todos,
E
ao mesmo tempo a disciplina,
Que
se descortina entre os pares.
Uma
grande lição ilumina o meu olhar.
Anfíbios, repteis e vertebrados,
Anfíbios, repteis e vertebrados,
Pássaros
de incontáveis espécies,
Borboletas
multicores,
Pressentindo
a carência instalada em minha alma,
Dirigem-se
em romaria ao meu Ser,
Mesclando-se
à brisa serena.
Oh
meu Deus!
Que
perfeição aqui no sertão...
Do
Ipê frondoso e florido,
À
brisa e à família sertaneja à saudar-me.
Permito-me
esvaziar minha mente,
E,
no envolvente mundo instaurar-me,
Sem
pressa de voltar....
Meu
Ser, a brisa, a fauna e a flora...
Um
paraíso à contemplar-me.
As
horas passam e nem percebo.
É
Divino o cenário que me abraça,
Sem
cobranças, sem julgamentos,
Confiante
e sereno,
Empresta-me
asas à imaginação.
Deito
meu corpo sobre a relva,
Observo
infinitamente,
O
céu que se transforma, a cada minuto,
Com
a magnitude que lhe é peculiar.
De
um ângulo o Sol majestoso,
Despede-se,
deixando-me encantada,
Observando
seus últimos lampejos no horizonte.
No
extremo oposto,
Descortina-se
com esplendor e maestria,
A
lua, iluminando fagueira, o contexto.
Embriago-me
com tamanha arquitetura e perfeição.
Apenas
serenidade, brisa envolvente,
Abraçando
a todos os elementos, em seu habitat.
Enquanto
a noite emite,
Seus
primeiros sinais,
Conclamo
com toda minha força e Fé...
Desejo
intensamente,
Compreender
os pensantes humanos,
Tocar-lhes
a alma,
E
de forma harmoniosa, estender-lhes as mãos.
E
na sintonia do universo,
Entender-lhes
as emoções,
Quais
sejam...
E
assim, no encontro das mãos, sentir-lhes também as carências,
E
num grande encontro de almas e essências,
Trocarmos
olhares que se entendem,
E
comungam o mesmo querer...
A paz, a harmonia, a confiança,
A
alegria do conviver, do compartilhar...
O
Amor Fraternal!!!
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