quarta-feira, 3 de junho de 2020

Crônica: No Entendimento de Benjamin






Queridos(as) amigos(as) compartilhamos uma crônica
baseada no diálogo com o nosso neto Benjamin!
Suas interações e compreensões
 no tempo da Covid - 19



                                       No entendimento de Benjamin...
                   Dia 12 de maio, o telefone tocou. Era meu neto Benjamin, de dois anos e onze meses, que desejava falar.  Precisava contar que havia ganho, de sua mamãe, uma mesinha para lanchar, com a qual poderia ficar sentado na poltrona da sala, lanchando, no período da pandemia. Ganhara também um prato novo, com divisórias para os alimentos, acompanhado de talheres, xícara e copo. Achou impossível não dividir a alegria com os avós. Comera toda a macarronada que sua mamãe fizera.
                      Contou à vovó, que fora ao sítio com o papai, e lá havia um cavalo de nome Virgulino, o qual gostaria muito de montar. Mas o papai falou que este cavalo era xucro e impossível de montar neste momento. Só seria possível, quando o cavalo estivesse domado. Mas, Benjamin disse que ficou triste, porque gosta muito de cavalos e de bois. Contou mais: À noitinha, desejava ver como se ordenhavam as vacas, mas as mesmas foram passear com suas amigas vacas e voltaram muito tarde. Sim, porque as vacas e seus amigos bois, foram tomar água no riacho e comer grama, bem longe de casa e Benjamin perdeu o lance da ordenha. Estaria em vigília na próxima vez que fosse visitar o sítio com o papai.
                        Entre fazer cabana na sala de visitas e outras brincadeiras, lembrou de contar que a mamãe fizera um quarto só de brinquedos para ele. Ficou muito lindo! Estava radiante de alegria. Perguntei se poderia brincar, com ele, em seu novo quarto de brinquedos, e ele respondeu:
                      - Não vovó, você não pode sair de casa! Tem o coronavírus lá fora e ele pega as pessoas. Só daqui há muito tempo você poderá me visitar. Mamãe ainda nem sabe quando.
                      Ele prometeu visitar a vovó e o vovô só quando o coronavírus for embora, para bem longe daqui. Muito, muito longe, mesmo. Estava muito feliz com a sala de brinquedos que a mamãe organizara para ele.
                         Disse também, que as crianças precisam escovar os dentes após as refeições, pois, quem estiver com as mãos e os dentes sujos, além do coronavírus, também, poderá ser roído pelas baratas, que gostam de sujeira e poderão passear próximo às crianças, que não têm higiene. Vovó ouviu tudo atentamente e prometeu tomar todas as providências para não ser visitada, nem por baratas e nem pelo coronavírus. E assim o fará! Na esperança de que tudo dê certo!
                                                          Lorena Zago – Presidente Getúlio – SC

                                                          Imagens do arquivo pessoal
                                                                 
                           Esta crônica encontra-se registrada no SUPLEMENTO LITERÁRIO A ILHA
                                                        Edição 153 - Junho de 2020
                                                        Comemoração de 40 Anos de Literatura!
                                          Idealizador e coordenador, escritor Luiz Carlos Amorim
                                                                        Junho de 2020



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